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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lição criminosa! Matemática contraventora.

Imagine seu filho chegando em casa e pedindo para que você o ajude em alguns cálculos matemáticos. No seu tempo era "aritmética", mas as fórmulas são as mesmas. A diferênça é que, lá no "passado", nossos professores usavam, quase sempre, doces como exemplos a darem idéias de quantidades.

Mas em uma escola estadual de Santos, litoral sul de São Paulo; o professor que leciona para alunos do primeiro ano do ensino médio (primeiro colegial ou primeiro ano do segundo grau, também no "passado"-rs) usa um expediente voltado à criminalidade quando compõe a síntese de seus problemas.

Dê uma olhada:
1) "Zaróio" tem um fuzil AK-47 com carregador de 80 balas. Em cada rajada, ele gasta 13 balas. Quantas rajadas poderá disparar?

2) "Biroka" comprou dez gramas de coca pura que misturou com bi­carbonato na proporção de quatro partes de pó e seis de bicarbonato. A seguir, vendeu seis gramas dessa mistura ao "Cascudo" por 150R$ e 16 gramas ao "Chinfra" por R$40 a grama. Então:
a) Quem comprou mais barato? Cascudo ou Chinfra?
b) Quantas gramas Biroka preparou?
c) Qual a % de cocaína na mistura?

3) "Jamanta" comprou 200 gramas de heroína e pretende revender com um lucro de 20% graças ao batismo com pó de giz. Qual a quan­­tidade de giz que deverá colocar?

4) "Rojão" é cafetão na Praça Mauá e tem três prostitutas que trabalham para ele. Cada uma cobra 35R$ do cliente, dos quais R$20 são entregues a Rojão. Quantos clien­tes terá que atender, cada pros­tituta, para comprar a dose diária de crack no valor de R$150?

5) "Chaveta" recebe R$500,00 por BMW roubada, 125R$ por carro japonês e 250 reais por veículos 4x4. Co­mo já puxou duas BMW e três 4x4, quantos carros japoneses terá que roubar para receber R$2.000,00?

- 6) "Pipôco" está na prisão por as­sassinato, pelo qual recebeu R$5mil. A mulher dele gasta, deste dinheiro, 75R$ por mês. Quanto dinheiro vai restar quando "Pipôco" sair da prisão, daqui a quatro anos?

O professor foi acusado de fazer apologia ao crime por abordar, em seus problemas, temas como tráfico de drogas, prostituição, roubo de veículos, assassinato e uso de armas de fogo.

A denúncia foi feita pelos pais de uma aluna de 14 anos, da Escola Estadual João Octávio dos Santos, no morro do São Bento, periferia de Santos;  que se surpreenderam com os textos dos exercícios e, após procurarem a diretoria do colégio para relatar o fato, registraram boletim de ocorrência na DISE (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes).

De acordo com o boletim de ocorrência, o professor foi chamado à sala da diretora e confirmou que havia aplicado tais questões, escrevendo-as na lousa, mas sem esclarecer sobre os motivos que o levaram a formular o exercício. Ele ainda teria dito ao padrasto da aluna que, como ela não havia respondido às questões em sala de aula,  não era mais necessário respondê-las. Tem um senso de humor muito exagerado este professor, só faltava ele dizer: "e eu ainda vou tirar 5 pontos dela por ela não ter me entregue os problemas respondidos".

O delegado titular da DISE, Francisco Garrido Fernandes, instaurou inquérito para apurar a ocorrência e o professor e a diretora da escola já estão sendo ouvidos. Se o professor "fanfarrão" for condenado por apologia ao crime, poderá receber punição de três a seis meses de detenção. “É um delito de menor potencial ofensivo e, se o juiz o condenar, pode aplicar pena de prestação de serviços”, explicou ele, respondendo que não tem conhecimento da existência de bandidos na cidade com os apelidos que o professor usou em seus "personagens".

Na contra-mão desta notícia, ainda há relatos de alunos que defendem o professor revelando que ele, além de dominar e saber ensinar a matéria de forma a se fazer entender, é muito extrovertido e bem humorado. E bota "humor" nisto.

Infelizmente a criminalidade faz parte do cotidiano de milhares de jovens e adolescentes em todo o país mas daí levá-la a todos, inserida em problemas de matemática cujos resultados serão, sempre, favoráveis aos criminosos; aí é loucura, para dizer pouco. É isso!

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