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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Forças policiais de São Paulo reprimem como na ditadura.

Era para ser uma manifestação pacífica mas, o que se assistiu na região do Vale do Anhangabaú, na tarde e início da noite da última quinta-feira (17), foi uma batalha campal. Integrantes do Movimento Passe Livre e estudantes da cidade de São Paulo se reuniram para protestar contra o aumento das tarifas de ônibus, na capital paulista, que subiu de R$2,70 para 3R$, cerca de 5% acima da inflação.

Por volta das 17hs, acorrentados nas catracas que controlam o acesso ao interior do edifício sede da prefeitura paulistana, seis estudantes permaneciam sentados no chão, na esperança de serem recebidos pelo secretário adjunto da Secretaria de Transportes, Pedro Luiz de Brito Machado; o que não aconteceu.

Então, policiais militares e agentes da Guarda Civil Metropolitana foram destacados para a prevenção de tumultos e depredações na região central, em decorrência da movimentação dos manifestantes; mas acabaram agindo como nos tempos de ditadura militar. Entraram em confronto agredindo, violentamente, estudantes, jornalistas, fotógrafos e vereadores, presentes no protesto. A confusão começou depois que os manifestantes tentaram derrubar as grades que isolavam a entrada da Câmara dos Vereadores, no centro de São Paulo.

Inicialmente, os manifestantes atiraram pequenos objetos e bexigas com água na direção das forças policiais. Objetos pequenos e bexigas com água que não poderiam ferir ninguém, certo? Mas foram reprimidos com bombas de gás lacrimogênio, gás pimenta e muita borrachada.

Os vereadores Juliana Cardoso, Donato e José Américo, ambos do PT, tentaram impedir que a PM revidasse da forma que revidou, mas a tentativa foi em vão e eles também acabaram vítimados pela fúria dos policiais.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que "não é possível compreender e aceitar a violência usada, nesta quinta-feira, por manifestantes que protestam contra a tarifa do sistema de transporte público da cidade".

Ah vá... Atirar bexigas com água contra policiais é, sim, um ato de desrespeito; mas daí dizer que é violência... Nem no "Mundo Mágico de Oz" esta ação dos manifestantes seria vista como um ataque avassalador contra forças oponentes.

Os seis estudantes permaneceram acorrentados depois que o secretário de relações governamentais, Antônio Carlos Rizeque Maluf, afirmou não ser possível o agendamento de uma audiência com representantes da prefeitura e do movimento para discutir a revogação do aumento da passagem de ônibus na capital paulista.

Durante a manhã, integrantes do movimento se reuniriam com vereadores e o secretário Pedro Luiz de Brito Machado, mas, como ele não compareceu ao encontro, não houve negociação.

A organização do protesto espera concentrar 5.000 pessoas em frente à Câmara, depois de divulgar o ato pelas redes sociais da internet. Esta é a sexta manifestação feita pelo Movimento Passe Livre só neste ano.


A verdade é que o aumento não é apenas abusivo por estar 5% acima do índice de inflação do país, mas porque nosso transporte público é um lixo. Os ônibus são velhos, quebram, não possuem assentos adequados... enfim; não dá mesmo para pagar nem R$1 por uma passagem, imaginem 3 reais.

E também acho que não conquistamos, de verdade, a essência completa da tal "democracia". Ainda somos subjugados e proibidos de expressar nossas opiniões e nossas decepções com as atitudes inexplicáveis de nossos administradores, em pleno séc.XXI e, quando tentamos levar adiante nossas reivindicações, somos repreendidos com muita porrada, vendo nosso sangue escorrer pelo nosso corpo e pingar no asfalto enquanto somos arrastados por homens que deveriam nos proteger ou, pelo menos, evitar que entrássemos em ações de risco. É isso!

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