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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Aula de direção acaba em morte na Aricanduva.

Eram por volta das 19hs desta quarta-feira (23) quando os soldados da PM André Moreira e Edson Aparecido, em patrulhamento pela região do Shopping Aricanduva, zona leste de São Paulo; receberam um comunicado do Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) informando que um veículo havia acabado de cair no córrego Aricanduva, em frente ao shopping de mesmo nome. Ao chegarem no local, Moreira e Aparecido ainda tentaram salvar as vítimas que, segundo relato dos soldados, estavam vivas e gritavam por socorro dentro do veículo que se encontrava com as quatro rodas para o alto e com todas as janelas fechadas. No entanto, não conseguiram salvar as duas mulheres que usavam os cintos de segurança, estavam presas a eles e morreram afogadas.
Daíza Cordeiro de Souza, de 47anos, estava fazendo aula de direção em seu próprio carro, um veículo Palio, e era orientada por uma instrutora que, até o início da madrugada, ainda não havia sido identificada pela polícia. Ela havia obtido a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) a cerca de quatro meses, mas ainda não sentia segurança ao dirigir, segundo informações de seu marido, Evandro, e da amiga Marinalva Batista dos Santos (45anos).

A instrutora foi contratada por Daíza no último domingo (20) quando fora realizada a primeira aula ao custo de R$30. Marinalva disse que a amiga expressou à ela o desejo de ser instruída dirigindo em avenidas de tráfego intenso e que gostaria de dirigir na área urbana na Rodovia Anchieta para, segundo ela, vencer o medo da direção.

Por causas ainda desconhecidas, a motorista perdeu o controle do veículo e invadiu as margens do córrego Aricanduva, onde não há guard rail, nem proteção alguma que pudesse evitar o progresso do veículo às aguas do córrego. Capotando na grama, o carro acabou afundando e, após tentativa de salvamento pelos soldados da Polícia Militar, mergulhadores do Corpo de Bombeiros foram acionados para resgatar as vítimas, já mortas, de dentro do automóvel.

Daíza era diarista, mãe de três filhas e mantinha um relacionamento estável com Evandro.

As cenas que seguiram às margens do córrego Aricanduva, na noite de ontem, eram de desolação completa. Agentes de trânsito da CET, policiais militares, bombeiros, jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e repórteres não compreendiam tamanha violência do trânsito que havia vitimado mais duas pessoas.

Ao chegar ao local com o marido de Daíza, uma  de suas filhas se desesperou e teve de ser amparada por policiais.

Aula de direção tem de ser dada por instrutor(a) credenciado(a) pelo Detran e a instrutora que dava as aulas para Daíza, segundo informações, não tinha cadastro no órgão mas trabalhou, até o ano passado, em um CFC (Centro de Formação de Condutores) quando deixou a auto escola para dar aulas particulares.  No entanto, ela não possuía um carro adaptado com duplo comando de pedais para que, numa eventualidade como a que aconteceu, pudesse agir no sentido de prevenir ou evitar a tragédia. As aulas eram aplicadas com os veículos dos próprios alunos.

Aula de direção clandestina: é tudo o que a cidade de São Paulo precisava para colocar seu trânsito, definitivamente, em total descontrole.

7 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Então eu estava lá quando este acidente aconteceu...vi tudo de perto e mal sabia eu que era a mãe de uma conhecida minha que trabalha nos Correios próximo da empresa onde eu trabalho a Claíza, neste momento só peço a Deus que conforte o coração dela e de seus familiares, a Dona Daíza foi velada no Velório de Guarulhos e de lá seguiu para Bahia, sua cidade natal onde será sepultada. Só Deus para ter misericódia, é muito triste cenas como essa...

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  2. AS 3 FILHAS DE DAÍZA SÃO MINHAS AMIGAS DE INFANCIA....EU CONSIGO IMAGINAR A DOR QUE AS IRMÃS ESTÃO SENTINDO AGORA....É REALMENTE MUITO TRISTE....SÓ DEUS PARA ALIVIAR A DOR DESTE MOMENTO TÃO DIFICIL....DAÍZA, QUE DEUS A TENHA EM UM BOM LUGAR.

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  3. Gente que matéria é esta? Isto foi uma fatalidade e não existem culpados...é totalmente permitido alguém que possui CNH dirigir seu próprio carro ao lado de um instrutor da mesma forma que poderia sair sozinha dirigindo, afinal de contas se ela possuia CNH é porque alguém aprovou que ela sabia dirigir...ou não? Oq importa é que as pessoas tem que parar de procurar culpados...sinto muito pela família das 2.

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  4. Fui ao enterro da instrutora que estava com a senhora Daíza, no cemitério da Vila Formosa, na data de hoje, é muito triste saber do acontecido a estas duas mulheres mães que se foram e deixaram seus filhos orfãos. Que Deus em sua infinita bondade acalente e de muito conforto a esses filhos.

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  5. A instrutora do veículo era minha grande amiga, apelidada por Bel, nunca vi essa mulher chorar, as marcas da saudade ficam no lindo sorriso que ela sempre manteve, Bel, onde quer que você esteja meu coração sempre estará com você...

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  6. Isabella; concordo parcialmente com o parágrafo escrito por você, em seu comentário mas, quanto a "culpados", eu penso de outra forma:
    1º) Se a instalação do guard rail tivesse sido feita desde a curva, talvez o veículo de Daíza não tivesse sido projetado para dentro do córrego e, mesmo que a velocidade fosse incompatível com a segurança de ambas, certamente não teriam ultrapassado as margens do rio se, no lugar de uma calçada que não existe, houvesse um daqueles enormes blocos de concreto que a CET distribui, pela cidade, quando precisa bloquear vias ou desviar o trânsito. Portanto, existe um culpado, sim; o poder público nas pessoas responsáveis pela Subprefeitura Aricanduva.
    2) Se a pessoa, ainda que habilitada, não sente segurança para dirigir, um instrutor, dando aulas à esta pessoa em um veículo no qual ele não pode agir em caso de algum erro do motorista ou seja, sem a disponibilização de duplo comando de pedais, também não deve sentir-se tão confortável. E quanto à obtenção de CNH... infelizmente elas não são entregues com tanta rigoro$idade assim. É isso!

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  7. EU TINHA ACABADO DE PASSAR PARA CASA VINDO DO TRABALHO E QUANDO LIGUEI A TV VI A OPERAÇÃO DE RESGATE,E SOUBE DO OCORRIDO

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