Páginas

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Nonno Paolo retira da mesa turista espanhol negro.

Um restaurante aonde NÃO SE DEVE IR, muito menos acompanhado(a) de algum(a) amigo(a) afro-descendente.
Rua Abílio Soares 830, Paraíso / São Paulo-SP

Não publicarei demais comentários sobre este fato lamentável. Reproduzirei aqui apenas o artigo exposto no site "Brasilianas.Org", do jornalista Luís Nassif (http://advivo.com.br) para que a deplorável atitude do gerente deste estabelecimento, que auto denegriu a imagem da casa, seja amplamente disseminada para, agora, promover o desprestígio ao restaurante.

O RACISMO NÃO CORDIAL DO BRASILEIRO
Extraído do site de Luís Nassif (Brasilianas.Org)
Denúncia enviada por Mário Sérgio

Neste final de ano pude testemunhar e viver a vergonha dessa praga do racismo aqui em nossa multicultural São Paulo. E com pessoas próximas e queridas. Não dá para ficar calado e deixar apenas o inquérito policial que abrimos tomar conta dos desdobramentos desse episódio lamentável e sórdido.

Na sexta feira (30) nossos primos, espanhóis, e seu pequeno filho de 6 anos, foram a um restaurante no bairro Paraíso (ironia?) para almoçar. O garoto quis esperar na mesa, sentado, enquanto os pais faziam os pratos no buffet, a alguns metros de distância. A mãe, entre uma colherada e outra, olhava para o pequeno que esperava na mesa. De repente, ao olhar de novo, o menino não mais estava lá. Havia sumido.

Preocupada, deixou tudo e passou a procurá-lo ao redor. Ao perguntar aos outros frequentadores, soube que o menino havia sido retirado do restaurante por um funcionário de lá. Desesperada, foi para a rua e encontrou-o encolhido e chorando num canto. Perguntado (em catalão, sua língua) disse que "o senhor pegou-me pelo braço e me jogou aqui fora".

O casal e a criança voltaram para o apartamento de minha sogra e contaram o ocorrido. Minha sogra, que é freguesa do restaurante, revoltada, voltou com eles para lá. Depois de tergiversações, tentativas de uma funcionária em pôr panos quentes, enfim o tal sujeito (gerente??) identificou-se e com a arrogância típica de ignorantes, disse que teria sido ele mesmo a cometer o descalabro. Mas era um engano, plenamente justificável porque "crianças pedintes da feira" costumavam pedir coisas lá e incomodar. E que ele era bom e até os alimentava de vez em quando. Nem sequer pediu desculpas terminando por dizer que se eles quisessem se queixar que fossem à delegacia.

Minha sogra ligou-me e, de fato, fomos à delegacia do bairro e fizemos boletim de ocorrência. O atendimento da delegada de plantão foi digno e correto. Lavrou o BO e abriu inquérito. Terminou pedindo desculpas e que meus primos não levem uma impressão ruim do Brasil.

Em tempo: o filho de 6 anos é negro. Em um e-mail (ainda não respondido pelo restaurante Nonno Paolo) pergunto qual teria sido a atitude se o menino fosse um loirinho de olhos azuis.