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sábado, 14 de julho de 2012

Depois de duas semanas...

ainda pairam muitas perguntas no ar. Ficaram muitas conversas para serem conversadas, risadas para serem dadas, felicidades para serem sentidas... As reticências serão minha pontuação natural em texto e, algumas vezes, na própria vida porque tudo ainda me parece inacabado.
Penso que podia ter sido diferente, que deveríamos ter te impedido de viver mais um pouco te proibindo de fazer coisas que você sempre apreciou fazer. Tolice; e ainda bem que não fomos egoístas a este ponto.
Dizer que aceito a sua partida de forma "pura e simples"... talvez demore muito, talvez nem aconteça. Mas é inegável o desejo de te reencontrar, um dia.
Então vamos vivendo. Sem sua presença, especialmente nos finais de semana, a casa fica sem graça, daí também o porque de "batermos em retirada" destas bandas. Aqui ouvimos teus passos mas não, você não é um fastasma. Mas se assim viesse, assim mesmo eu o abraçaria, lhe beijaria, e ficaria muito puto da vida por não conseguir sentí-lo como no desenho do Gasparzinho. rs
Quando eu te reencontrar, antes de sentirmos as felicidades que não foram sentidas, de rirmos as risadas que não foram dadas e conversarmos as conversas não conversadas; eu vou te mandar à merda... Fiquei puto por você ter ido tão instantâneamente mas ao mesmo tempo feliz em saber que você sofreu bem menos do que muitos, como sua própria mãe. E aí... queria muito saber se já a reencontrou e pedir que lhe dê um beijo em meu nome.
Continuamos aqui, de mudança para outro lugar onde também seremos felizes como aqui fomos. Será uma alegria diferente, talvez um tipo de felicidade que jamais pensamos em ter e, se tivéssemos escolhas, preferiríamos permanecer sem. Mas a vida segue e, na esperança de poder viver com você novamente, vamos nos encaminhando pelas suas trilhas e portas e caminhos até que também chegue o momento de cada um de nós.
Se realmente não há calor ou frio por estas bandas, pai, você saiu no lucro porque aqui embaixo esta um puuuta frio. Há... lucrou também em não ver o curíntia campeão da Libertadores 2012 (rs), sem ofensas; mas teve prejuízo em não assistir a final da Copa do Brasil da qual fomos campeões e, também, invictos. Mas sei que comemorou. Quem sabe até com o Srº Vicente, por que não?
Um grande beijo na tua alma boa, pai. Continuaremos por aqui. E continuaremos te amando.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dia Mundial do Rock 2012 - Sexta 13

Meu texto homenageando o Rock, seus filhos e filhas, netos e netas.

Nos levará à mais remota das paisagens, lugares próximos ou esferas longínquas onde as imagens que passarem a frente dos nossos olhos, na verdade, passarão apenas por nossos cérebros. Inconscientemente daremos vida ao filme e formaremos as mais belas histórias com as melhores trilhas e o resultado será o alcance da loucura na sua forma inofensiva mas com alta dose de entusiasmo e satisfação.
É possível soltar suavemente o corpo em nuances casados com Echoes e seus riffs ou agitar a caixa craniana nos grandes momentos de A Rite Of Passage... Em Jailbreak seus movimentos vão te remeter a cover de Mick Jagger e você não se importará nem um pouco com isto afinal hoje é o Dia Mundial do Rock, o estilo musical que você sempre acreditou ter nascido pra você, ou vice versa.

The Wall mandará alguns à adolescência, outros irão direto viajar em suas infâncias, e há ainda os que se lembrarão do início de suas fases adultas. Set the Controls for the Heart of the Sun veio 7 anos antes de mim, que sou de outubro de 75, mas faz sentir-me tão satisfeito quanto o álbum solo de Roger Waters, The Pros and Cons of Hitch Hiking, de 1984.

O rock ainda me fará muito feliz e dará a todos nós, amantes declarados e incondicionalmente desavergonhados, desprovidos de pudores pela sobrecarga de luxúria que suas músicas nos impõe; vários oásis que justificarão, sempre, os nossos delírios.

Nunca nos importaremos em ouvir o jovem roqueiro: "que som é este, tio?". E poderemos responder, por exemplo, "Pink Floyd, querido". É claro que ele dirá que a banda é foda. Roqueiro de qualquer idade ou geração sabe o que é Pink Floyd. E é mesmo foda, com o perdão da palavra. E por sermos os depravados amantes do rock, esclareceremos qualquer dúvida a respeito.

Não se aprende sobre o rock apenas com livros ou internet; é preciso ter, no mínimo, uma audição refinada que busca apenas a perfeita qualidade sonora em um estilo musical. Eu tenho esta audição, graças a Deus.

#LONGLIVEROCKINROLL

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Nonno Paolo retira da mesa turista espanhol negro.

Um restaurante aonde NÃO SE DEVE IR, muito menos acompanhado(a) de algum(a) amigo(a) afro-descendente.
Rua Abílio Soares 830, Paraíso / São Paulo-SP

Não publicarei demais comentários sobre este fato lamentável. Reproduzirei aqui apenas o artigo exposto no site "Brasilianas.Org", do jornalista Luís Nassif (http://advivo.com.br) para que a deplorável atitude do gerente deste estabelecimento, que auto denegriu a imagem da casa, seja amplamente disseminada para, agora, promover o desprestígio ao restaurante.

O RACISMO NÃO CORDIAL DO BRASILEIRO
Extraído do site de Luís Nassif (Brasilianas.Org)
Denúncia enviada por Mário Sérgio

Neste final de ano pude testemunhar e viver a vergonha dessa praga do racismo aqui em nossa multicultural São Paulo. E com pessoas próximas e queridas. Não dá para ficar calado e deixar apenas o inquérito policial que abrimos tomar conta dos desdobramentos desse episódio lamentável e sórdido.

Na sexta feira (30) nossos primos, espanhóis, e seu pequeno filho de 6 anos, foram a um restaurante no bairro Paraíso (ironia?) para almoçar. O garoto quis esperar na mesa, sentado, enquanto os pais faziam os pratos no buffet, a alguns metros de distância. A mãe, entre uma colherada e outra, olhava para o pequeno que esperava na mesa. De repente, ao olhar de novo, o menino não mais estava lá. Havia sumido.

Preocupada, deixou tudo e passou a procurá-lo ao redor. Ao perguntar aos outros frequentadores, soube que o menino havia sido retirado do restaurante por um funcionário de lá. Desesperada, foi para a rua e encontrou-o encolhido e chorando num canto. Perguntado (em catalão, sua língua) disse que "o senhor pegou-me pelo braço e me jogou aqui fora".

O casal e a criança voltaram para o apartamento de minha sogra e contaram o ocorrido. Minha sogra, que é freguesa do restaurante, revoltada, voltou com eles para lá. Depois de tergiversações, tentativas de uma funcionária em pôr panos quentes, enfim o tal sujeito (gerente??) identificou-se e com a arrogância típica de ignorantes, disse que teria sido ele mesmo a cometer o descalabro. Mas era um engano, plenamente justificável porque "crianças pedintes da feira" costumavam pedir coisas lá e incomodar. E que ele era bom e até os alimentava de vez em quando. Nem sequer pediu desculpas terminando por dizer que se eles quisessem se queixar que fossem à delegacia.

Minha sogra ligou-me e, de fato, fomos à delegacia do bairro e fizemos boletim de ocorrência. O atendimento da delegada de plantão foi digno e correto. Lavrou o BO e abriu inquérito. Terminou pedindo desculpas e que meus primos não levem uma impressão ruim do Brasil.

Em tempo: o filho de 6 anos é negro. Em um e-mail (ainda não respondido pelo restaurante Nonno Paolo) pergunto qual teria sido a atitude se o menino fosse um loirinho de olhos azuis.