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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vanessa di Sevo é demitida durante suas férias.

Cada um de nós, com certeza, já esteve em empresas onde existem as "panelas", os "queridinhos", os "adoráveis da chefia", os "pela-sacos" da vida e, invariavelmente, em todas elas também estão os imbecis. Ahhh os imbecis... estes são os mais perigosos, principalmente se a empresa apresenta bons resultados aos seus comandos. Ninguém percebe que o que é grande na mão dos ignorantes poderia estar bem maior, e bem mais rentável, na direção de pessoas sensatas e abertas à críticas e opiniões.
A "ditadura do falar", o "delito de opinião"... você fala o que sente na melhor das intenções visando o aperfeiçoamento de processos, adequação de estratégias, direcionamento correto de focos e... suas sugestões viram fofocas, suas críticas viram ofensas e você, o único sensato dentro daquela organização, passa a ser visto como a "laranja podre" e ainda que o cesto todo esteja estragado, ninguém percebe que você sempre esteve fora dele.
Todas as profissões tem seus submundos e poucos são os profissionais que não são atirados neles. Geralmente são os imbecis, os invejosos, os parciais, os de dupla personalidade. São aquelas pessoas com o complexo de "Gabriela" (eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo sim, vou ser sempre assim): não se atualizam, pararam no tempo, mal sabem que existem gritantes diferenças entre uma pós e um MBA (sendo que pós graduação é uma busca por uma especialização que aprofunda-se em estudos cujas matérias não precisam ser inerentes à formação, enquanto que MBA - Master Business Administration, tem ligação direta e exclusiva com administração de negócios e gestões); e, ainda assim, são aplaudidas e mencionadas como exemplos de profissionalismo e comprometimento em suas organizações. Algumas até dão palestras, lideram reuniões (sempre longas, exaustivas e improdutivas; mas juram que delas saem bons resultados) e são escaladas como oradoras em seminários; inacreditável.
O jornalismo também tem seu submundo, talvez tão podre quanto em outras profissões. Pode-se assistir de tudo em contratações e em demissões. No jornalismo, em alguns casos, há parcialidades para admitir um profissional e também para dispensá-lo, bem como declarações de justificativas absurdas para dar ênfase aos motivos demissionais.
Já ví repórter perder emprego por ter relevado, de maneira não intencional, que a confecção antecipada de obituários de celebridades e pessoas públicas é uma prática comum em todas as redações; mas os dirigentes (os imbecis como citado no primeiro parágrafo) acreditam que o leitor deve crer que toda a história de vida da pessoa morta foi reunida e editada assim que o hospital divulgou a nota de seu falecimento. Só um idiota para acreditar que uma emissora de TV, por exemplo, buscou as principais imagens e momentos do Drº Sócrates, editou e publicou minutos depois de sua morte.
Também já ouví a emocionante frase "não é nada pessoal mas suas críticas não soaram bem na redação e esta postura é inaceitável entre os 'colegas'" (neste caso, os fofoqueiros, os integrantes de panelas, os pela-sacos). A contrapartida foi melhor e a demitida mandou: "sei... a postura aceitável é aquela em que a mentira deve prevalecer e a falsidade sempre será louvada para se manter o bom relacionamento entre todos aqui dentro e também lá fora com contatos e fontes. Esta postura me enoja e não me serve. Aonde eu assino?" kkk Digna de ser aplaudida em pé.
Desta forma indignada, solidarizo-me com Vanessa di Sevo, profissional experiente com uma bagagem cultural e profissional que deve servir de exemplo aos recém formados e aos que ingressarão em algum curso de jornalismo no próximo semestre; que foi demitida enquanto gozava de suas férias, conforme artigo publicado por Anderson Cheni em seu blog ( http://migre.me/7dFEO ).
Vanessa perde, claro; mas temporariamente. Ou talvez não; talvez ganhe como na máxima "há males que vem para o bem". A única certeza: perde muito mais quem se permitiu perdê-la. É isso.

11 comentários:

  1. Primeiro, Cristiano, quero agradecer pela manifestação. Vc é o cara! O que mais tenho visto em redação é MBA em puxar o saco. Chega a ser nojento! E vc acertou na mosca quando usou expressões como: "imbecis, pela-sacos, invejosos, ditadura do falar". Só que os resultados não aparecem. Difícil.... Não lamento e não me arrependo. Amanhã é outro dia. Um agradecimento tb ao amigo Anderson Cheni. bjs

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  2. Cristiano Stanisci Gomes23 de dezembro de 2011 às 00:01

    Não há do que se arrepender, "Vã"... Seu potencial é uma obviedade, seu profissionalismo é notório e vem muito antes de CBN. Logo estará em um veículo com maior abrangência e menos ditatorial.

    Somos jornalistas e temos, na essência, o sentimento de obrigatoriedade da manutenção da sinceridade, sempre. Falamos o que sentimos porque não somos "jornalistas de laboratório", profissionais manipuláveis. Conquistamos a tal da "liberdade de expressão" debaixo de muita porrada, e hoje assistimos seu enterro acontecer de forma obscura, como foram enterrados os corpos daqueles que defenderam suas opiniões frente aos censores dos anos de chumbo.

    Também é uma pena que em nosso meio esteja crescendo, assustadoramente, o número de pessoas condizentes com o termo "delito de opinião".

    Grande beijo, Vanessa Di Sevo.

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  3. Obrigada, mais uma vez. Vamos militando no jornalismo. Tenho certeza que um punhado a gente alcança. rs Um grande bj para vc tb, Cristiano Stanisci Gomes.

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  4. Estou muito triste... pela saída dessa grande colaboradora, sou fã da Vanessa desde a CBN é uma grande comunicadora informe onde estiver para que possamos acompanha-la.

    Obrigado

    Anderson Carpejane

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  5. Vanderlei Nascimento foi uma pena a sua saída da
    Estadão ESPN.
    Mas quem perdeu foi eles uma profissional como voce merece coisa melhor. um abraço conheço voce desde a CBN .

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  6. Mais uma vez, obrigada, Cristiano.
    Agradeço de coração tb ao Anderson Carpejane e ao Vanderlei Nascimento.
    Aprendi que o final da história é melhor que o começo. rs
    Então, aguardem. rs
    bjs

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  7. Acompanho a Vanessa desde a CBN. Seu profissionalismo, sua voz immativel. Não consigo entender como um grupo como o Estadão perde uma profissional como essa brilahnte jornalista. Como foi citado acima, todos os lugares esxitem as panelas, os puxa-sacos vão levando até um certo ponto, depois se ferram. È o tipo de gente q não tem dignidade.

    A vc Vanessa te desejo toda sorte do mundo, logo, logo ouviremos a sua voz em outra radio, certamente bem melhor....

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  8. Puxa, Geronymo, obrigada pelas palavras bonitas.
    Entre a bajulação e a dignidade, eu fico com a segunda opção.
    É inegociável!
    Isso, torça por mim. rs
    abç
    Vanessa

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  9. Vã na realidade quem perdeu foram eles.
    Não souberam explorar sua capacidade profissional.
    É que é seu esta guardado, tenho certeza que você encontrara uma casa de pessoas decentes.
    Pode apostar isto não esta longe de acontecer viu.

    Beijos.


    Vanessa Gomes

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  10. Por, onde anda à Vanessa, ela não pode ficar fora do ar!

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  11. É lamentável.É somente questão de tempo.Quem a demitiu foi o sistema.O sistema não perdoa ninguém.Nem mesmo os caras que participaram desse motim.Quem viver verá.

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