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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Corpo de motoboy espera 7 horas por remoção do IML.

No início da tarde desta quinta-feira (16), o motoboy William Alves do Carmo, de 22 anos, perdeu sua vida de forma trágica na zona leste da capital paulista. Ele seguia pela rua Sebastião de Andrade, no sentido da rua Tumucumaque, na Vila Carrão, quando foi atingido por uma carreta no cruzamento com a avenida Aricanduva. 
Uma câmera de um restaurante, instalada na esquina onde aconteceu o acidente, registrou a colisão e esclareceu que o motorista da carreta não teve culpa na tragédia. Alves ultrapassou o semáforo vermelho e talvez tenha tomado esta atitude por equívoco e não por imprudência.
Quando o semáforo se abre na rua Sebastião de Andrade, permitindo a travessia da pista sentido Marginal Tietê da avenida Aricanduva, a outra sequência semafórica permanece fechada sendo o sentido bairro da avenida Aricanduva liberado para o trânsito.
Segundo Elias Alves, de 53 anos, tio da vítima (foto); talvez o motoboy não notou que a abertura do semáforo havia se dado apenas para a travessia parcial do trecho, não permitindo que ele avançasse para o outro lado da via, na rua Tumucumaque e, seguindo em frente, acabou sendo atropelado e arrastado por cerca de 20 metros, debaixo da carreta.
Outro detalhe importante que deve ter contribuído para tirar a atenção do motociclista com o trânsito: no momento da travessia, ele usava um par de fones de ouvido que foi encontrado totalmente destruído próximo ao seu corpo.
O Resgate do Corpo de Bombeiros chegou ao local poucos minutos depois mas Alves não resistiu e morreu no asfalto, aonde permaneceu até as 19h30 quando foi removido com a chegada da viatura do IML (Instituto Médico Legal).
Os veículos só foram retirados da via por volta das 17h após a realização dos trabalhos da perícia técnica da Polícia Civil; mas o corpo do motoboy teve de esperar por mais duas horas e meia para deixar o local
Familiares do motoboy aguardaram a chegada do IML por cerca de 7 horas.
Não bastasse o sofrimento de perder um parente de forma tão trágica, a família ainda tem de suportar o trauma de assistir seu corpo putrefar em via pública por 7 horas até a sua remoção. A justificativa: não há viaturas suficientes nos Institutos Médicos Legais em todo o Estado de São Paulo para dar conta da demanda de remoção de corpos e quando o "rabecão", como é conhecido o veículo de transporte dos mortos, atinge sua capacidade de carregamento, ele tem de se dirigir à sede do IML para descarregar e depois retomar o trabalho.
A longa demora de sete horas para a remoção do corpo de uma vítima fatal de um acidente de trânsito acarretou em longos congestionamentos que refletiram na radial leste, viaduto Engº Alberto Badra e Marginal do Rio Tietê. No entanto, é "mais do mesmo".